quinta-feira, 25 de março de 2010

Explore todas as zonas erógenas

 Está nos textos sagrados, está nos livros de anatomia, está nos compêndios de biologia. O corpo é cheio de áreas hipersensíveis ao toque – e descobrir esses pontos é uma das melhores diversões sexuais
A literatura erótica já sabe disso há milênios: na maioria das vezes, sexo bom é feito por partes. Não por acaso, textos com conotação sensual demoram tanto tempo descrevendo como se faz para esquentar cada pedaço do corpo dos envolvidos na relação sexual. E nem a Bíblia escapa desse gosto pelo detalhe, viu? O belíssimo Cântico dos Cânticos – livro poético do Antigo Testamento que relata o grande amor entre um homem e sua noiva – passa um tempão enaltecendo detalhezinhos da anatomia dos amantes.

Se essa mania de se fixar em nacos fosse apenas uma maneira de prolongar uma transa, já seria um artifício mais do que legítimo. Mas os livros de biologia do sexo ensinam que estimular as zonas erógenas é coisa mais séria. Comum em várias espécies, tem a função de ajudar na sobrevivência de indivíduos capazes de excitar seus pares. Ou seja, quando você resolve fazer um pit-stop no cangote do seu parceiro, está também praticando o costume altamente darwinista da seleção da espécie.
Arrumar um GPS das zonas erógenas do corpo é uma tarefa complicada – fazer o que se alguém resolve subir pelas paredes com uma simples coçadinha no cotovelo? Ainda assim, os compêndios de anatomia costumam mostrar definições genéricas de áreas mais sensíveis ao toque, por causa da quantidade de terminais nervosos sob a pele e da espessura da derme (quanto mais fina, maior a sensibilidade).

Há até especialistas que dividem as zonas erógenas em dois tipos. De acordo com esses ilustres pensadores dos amassos, existem as “zonas inespecíficas”, como parte de trás do pescoço, cintura e axilas. Se forem bem estimuladas, essas aparentemente inofensivas frações do corpo podem causar enorme excitação. E existem as “zonas específicas”, as áreas que, na boa, são muito bem conhecidas por qualquer iniciante na arte das diversões sexuais: coisitas como clitóris, prepúcio, vulva, lábios, boca e mamilos. Regiões cheias de nervos, são capazes de provocar superexcitações.
Leia a seguir o que há nos bastidores de cada “parte” – e adicione ao seu acervo pessoal uma boa dose de, oras, cultura sexual.

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Mamilos
Os mamilos são a parte mais sensível dos seios. Quando são estimulados a ponto de ficarem eretos, ajudam na liberação do hormônio oxitocina, um dos responsáveis pela sensação de orgasmo. Se o estímulo nessa área for bem caprichado, pode provocar orgasmo mamário, um tipo de clímax quase que exclusivamente feminino. É, algumas mulheres vão ao paraíso apenas ao ter os seios acariciados. A sensibilidade da pele das mamas é sempre maior ao redor dos mamilos – e vai diminuindo em direção à periferia. O pai da psicanálise, Sigmund Freud, defendeu que os seios são responsáveis pela primeira sensação de prazer que sentimos na vida, a de matar a fome. Por isso, eles estariam tão ligados à excitação sexual, assim como o ato de sugar. Vai saber...

Bumbum
É a mais ancestral das zonas erógenas. Esculturas feitas na Pré-História já mostram figuras com nádegas ressaltadas. E, ao longo da história, elas passaram a ser usadas em ídolos religiosos, como símbolo de fertilidade. Enfim, o poder de atração do bumbum é infalível. Além de olhar, pegar pode e faz muito bem. A área é composta por três grandes músculos, os glúteos, por gordura subcutânea e pele. A sensibilidade é mais intensa nas regiões próximas ao ânus, ponto de chegada de inúmeras terminações nervosas e, por isso, território erógeno de altíssima potência.

Pés
“Olhe para eles na palma da sua mão, tão maravilhosamente pequenos que desafiam a descrição”, diz um famoso poema chinês sobre os pés de lótus, um ideal erótico oriental que pode ser atrofiado até medir oito centímetros. Como se vê, os pés são objeto de fetiche – de vários tipos – mundo afora. São 26 ossos, unidos por ligamentos que formam 33 articulações. Uma parafernália com conexões reflexas com o resto do corpo que, quando estimulada, transmite sensações agradáveis até mesmo para a cabeça. O Kama Sutra já ensinou: iniciar uma transa com carinhos nos pés é um ótimo começo.

Orelhas
Um bom beijo na orelha pode causar calafrios. Se acompanhado de palavras (amorosas ou sacanas, a escolha cabe ao freguês), é infalível. Além de entrada da audição, o ouvido, com seu conjunto de nervos e pelos, é extremamente sensível por uma questão de defesa: nos avisar da “invasão” de algum bichinho. Ou da invasão de uma língua, por exemplo.

Coxas
A parte interna delas é extremamente sensível, para ambos os sexos. “Nos arredores dos genitais, a irrigação sanguínea é maior. É um recurso do corpo para favorecer o trânsito, por ali, das substâncias envolvidas na excitação”, explica a sexóloga Ana Canosa, da diretoria da Sociedade Brasileira de Estudos em Sexualidade Humana (Sbrash). Por isso, a estimulação das coxas e do púbis provocam uma ferveção na área genital.


Pescoço
Ele protege a laringe e a faringe (um golpe certeiro por ali pode matar) e, por isso, temos a tendência de protegê-lo. O estímulo na parte da frente do pescoço não é compreendido pelo cérebro como sexual. Pelo contrário, pode ser bem desagradável. Já a região da nuca é estimulante por uma questão evolutiva (ou de memória genética). Como nossos ancestrais faziam sexo com a mulher de quatro e o homem por trás, essa lembrança ficou registrada em nós.

Costas

Você já ouviu dizer que as pessoas que apresentam dois furinhos na região da lombar (nas costas, na altura da cintura) são boas de cama? Essa crença talvez se explique pela presença, nessa região, de inúmeros feixes condutores de estímulos sensoriais. A sexóloga Ana Canosa explica que é esse um dos pontos do organismo em que há mais nervos à flor da pele – literalmente. E eles estão presentes tenha a pessoa furinhos ou não (ou seja, essa história de que os “furados” seriam mais quentes é puro mito). Tem mais: como as costas são uma região de difícil acesso para quem é dono delas (você consegue se acariciar ali?), elas podem funcionar como um bom elemento surpresa.

O maravilhoso clítoris

Os linguistas divergem: é clítoris ou clitóris? Mas os sexólogos são unânimes: com milhares de terminações nervosas, o clitóris é a região mais sensível do corpo feminino. Corpo cavernoso capaz de sofrer ereção por irrigação sanguínea, ele costuma ser descrito como um pênis em miniatura. “No estágio de embrião, antes de a natureza decidir se seremos menino ou menina, o saco e os lábios externos são a mesma coisa. O mesmo vale para o pênis e o clitóris”, explica o anatomista Renato Paulo Chopard, da Universidade de São Paulo (USP). Na estimulação sexual, o clitóris muda de cor – porque seus tecidos enchem de sangue. Sua estimulação pode provocar um orgasmo prolongado beeem intenso. Além do mais, a área é a melhor amiga das mulheres. O orgasmo clitoriano costuma ser o mais comum, o mais fácil de alcançar e, para um monte de mulheres, o mais prazeroso.

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Por Alessandra Moura

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