segunda-feira, 4 de outubro de 2010

Cachorronas x Patricinhas

Quando me ligaram da Revista BOUTIQUE MAGAZINE pedindo para escrever um artigo sobre as diferenças (e semelhanças...) entre sensualidade e vulgaridade, fiquei animado com a oportunidade de fazer algumas reflexões sobre este comportamento típico da mulher contemporânea.


Sei lá se é por causa da dita liberação sexual, ou das conquistas feministas, ou por culpa da globalização, da valorização do corpo em detrimento dos valores espirituais... Talvez seja por causa da banalização da vida, ou do desenvolvimento acelerado da indústria pornográfica... Essa busca desenfreada pela beleza, pelo entretenimento, à procura de lazer e de laser... Parece que estamos vivenciando um fenômeno interessante no que diz respeito à mulher e os papéis que ela desempenha na sociedade atual.

Até outro dia, a mulher era tratada como um cidadão de segunda categoria: não votava, não manifestava opinião, não trabalhava fora de casa, não gozava a vida, por assim dizer.

Será que sempre houve dois tipos de mulher? Usei “cachorrona” e “patricinha” no título deste artigo para provocar mesmo. Provocar dúvidas, curiosidade, indignação, debates. Achei mais divertido do que dizer Sensual ou Vulgar? Gostaria de saber, com todo respeito, com qual delas você se identifica, amiga leitora.

Se fizéssemos um teste, do tipo múltipla escolha, tão ao gosto das revistas e dos vestibulares, você assinalaria como a opção correta:

(X) Madrinha de casamento pode usar vestido de alças, tipo tomara-que-caia, na cerimônia religiosa?

Quando vejo uma noiva de colo nu em pleno altar, fico pensando se é excesso de calor ou falta de pudor...
Outro exemplo: Roupa colorida, estampada, cai bem com maquiagem “carregada” para combinar com o conjunto da figura? O make-up que combina com vestido pretinho básico é natural, suave ou caprichada, de lábios carmim e olhos com sombra azul?

O comportamento também conta na hora de se avaliar o perfil de uma mulher. Segundo um escritor famoso, existem as virgens, as mártires, as mães, as santas, as bruxas e as putas. Algumas mulheres são de Apolo, outras, de Dionísio. A classificação muda segundo a época, o local e os interesses da pesquisa nos diferentes contextos em que elas aparecem. Elas, as pesquisas, bem entendido.

Difícil resolver a questão da diferença entre ser vulgar e ser sensual. Há uma forte inclinação para a mistura; a tendência é mesclar as características. Não é verdade?

Quem nunca atirou a primeira pedra, que peque!

A gente vê logo de quem se trata, seja pelos decotes, pelo jeito de se expressar, de sentar, de surgir e de se despedir. Umas deixam saudades, outras, nem tanto.

Antigamente, a coisa era mais clara: havia as mulheres da vida e as moças para se casar. Eu me pergunto se é legal essa (con)fusão dos dois tipos de mulheres (os outros tipos seriam apenas subdivisões?).

Talvez seja parte do desenvolvimento da sociedade. Evolução ou involução? Até que ponto adjetivos como patricinha e cachorrona ilustram o papel ou o papelão da mulher na sociedade contemporânea?

Os homens também não estão lá tão exigentes... Ou estão? Qual tipo será que eles preferem? Depende do que você vai fazer com ela, me respondeu um amigo.

Conversando sobre essas questões, outro, dia, não me lembro se foi no salão de beleza ou na academia de musculação, um sujeito disse que a mulher deve ser uma puta na cama e uma dama na sociedade. Será mesmo?

Ser mulher não deve ser fácil. Os homens que viraram mulher que o digam.

Marcelo Corrêa da Silva.

-----------------------------
Quando li esse texto achei a ideia toda bem interessante e criativa, por isso resolvi compartilhar com vocês. Deem uma passadinha no blog do Marcelo  ( Clicando Aqui ) e veja outras matérias.

0 comentários:

Postar um comentário