"Quando alguém não está nem aí para você, é fácil perceber. A pessoa começa a tratar você como algo comum, não como uma prioridade", conta a jornalista Leticia Rio Branco que, junto com a também jornalista e amiga Fabiana Cimieri, escreveu o livro "O Guia do Toco - Como dar e Levar sem Perder o Bom Humor". "Você liga, ele ou dá um TocoBina (não atende, ou finge que o celular não pega) ou fala com você de maneira evasiva e sempre fica mudo do outro lado da linha", completa
Fabiana é categórica: quem quer, corre atrás. "Combinar um encontro e desmarcar em seguida também pode significar que ele não está tão na sua assim. Se durante o encontro ele fica olhando a hora, checando o celular e esquece detalhes da sua vida que você já contou antes, esses também são sinais claros de que o interesse não é tanto", relata.
No livro, as autoras descrevem diversos tipos de tocos e, como era de se esperar, os mais comuns são os mais esfarrapados. "Mas, no final, são tocos que funcionam e não magoam profundamente", observa Letícia.
"O Tocobina, que é quando o pretendente não te atende o celular propositalmente, é o mais comum. Por isso, no livro, o classificamos como o pai de todos os tocos. Mas o Toconfuso e o toco ‘O Problema Sou Eu’ também são bem corriqueiros, em minha opinião", relata Fabi. "O ‘Toco Máximo’ é horrível, pois a verdade bem dita dói muito mais do que qualquer mentira atenuante. E é claro que tem que vir de alguém que não a considera muito importante", adiciona Letícia.
Mesmo com todos os cuidados, o toco é inevitável. A princípio, Fabi aconselha curtir a fossa, mas não por muito tempo. "Viva o luto: chore, analise o toco por todos os ângulos, desabafe com as melhores amigas. Mas não fique muito tempo nessa. A forma mais eficiente de esquecer um fora é tentar flechar um novo coração." Letícia já aposta em ver os defeitos do ex e, claro, cabeça erguida! "Assim, você verá que ele não é tudo isso que pensa e poderá encontrar algo muito melhor. Coloque o seu vestido mais sexy e parta para uma balada forte com as suas amigas", diz.
Ninguém irá superar o toco por você e, para isso, você precisará de sua autoestima elevada. Como? "Sempre se colocar em primeiro plano. De nada adianta ser uma mulher linda, bacana e inteligente se você mesma não é capaz de dizer isso para você todos os dias", avalia Letícia. Fabiana completa afirmando que você deve se ver como a pessoa mais importante e, assim, fazer-se bem: "um curso, um esporte, uma aula, um passeio, buscando a companhia de amigos verdadeiros, de parentes que te coloquem para cima e afastando todas as palavras negativas que o ex te disse e que insistem em ficar martelando na sua cabeça."
Entretanto, às vezes não queremos partir pra outra. Nesse caso, você deve analisar seu campo de batalha e ver se é viável insistir. "O melhor a ser feito é deixar o tempo passar e ver o que vai rolar do momento do toco em diante. Suma da vida dele e só depois veja o que poderá ser feito. Num primeiro momento, deixe a vida agir e não dê importância a quem não te merece", aconselha Letícia.
Se valer a pena, empunhe suas armas e insista. "Mas tem que insistir com inteligência. A melhor estratégia é mesmo fingir que não ligou muito e que já têm outros interesses. O toco pode ser revertido, mas a insistência burra e simples é como dar murro em ponta de faca. Mendigar amor é o primeiro passo para não tê-lo", analisa Fabiana.
Sua amiga adiciona: "Evite ao máximo perseguir o cara. Dê um tempo de no mínimo dois meses, e se cuide muito. Assim, quando o cara que te deu o fora a vir, terá uma surpresa! E com certeza irá se arrepender". Se nada disso adiantar (ou você ver que o cidadão não vale a pena), o negócio é partir pra outra. E não pense que existem grandes regras de etiqueta. "No amor e na guerra, vale tudo", enfatiza Fabi.
Apesar da gama de tocos descritos (e vivenciados), as jornalistas acreditam que "O Guia do Toco" acaba sendo um livro de amor, mas não o utópico. "É o amor real, que prova que só vamos achar alguém legal quando aceitarmos a nós mesmos e todas as nossas fraquezas", expõe Letícia. Ou sobre o já conhecido "jogo do amor", onde Fabi defende que há certa lógica. "Mas quando o amor verdadeiramente acontece, é preciso rasgar os manuais e deixar-se levar por ele", pondera.
Com ou sem amor, o toco faz parte do processo de perpetuação da espécie humana por um motivo simples: ele é uma das bases do processo de seleção do parceiro. Já pensou como seria se o direito de escolha de seu companheiro não fosse possível em nossa sociedade?
Fonte:vilamulher.terra.com.br